sábado, 28 de outubro de 2017

Um despertar mortal

DESAFIO MODUS MALEFICARUM • GRUPO CANETA TINTEIRO



Aviso: o texto a seguir contém cenas fortes, recomendo apenas para maiores de 15 anos. Leia por sua própria conta e risco.






Nos últimos dias tive uma desagradável surpresa: minha melhor amiga fugiu de nossa casa, um orfanato. Porém, considerando os últimos eventos, eu a compreendo e digo até que faria o mesmo em seu lugar. Ela sempre foi meio estranha, dizia ver criaturas mágicas e fantasmas, porém os acontecimentos da última semana passaram dos limites! A carta que encontrei em meu quarto esta manhã conta bem o que aconteceu pelo ponto de vista dela. Apenas leiam, com certeza irão entendê-la também.


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Quando uma magia oculta se revela
Sem controle, resta apenas mazela
Uma vida sofrida se rebela
Contra quem gerou todo o sofrer dela

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“Olá Cat,
Fui embora hoje, você acima de todos sabe os meus motivos, mas senti que lhe devia uma explicação dessas coisas bizarras que aconteceram. Todas essas coisas ruins são sim culpa minha, não são coisas que eu faria por querer, mas aconteceram por conta de minha ira interna que se expandiu para o mundo externo. Fui isso que ela, a bruxa, me explicou.
Eu estava perdida, não sei guiar o meu poder, futuramente poderiam acontecer coisas muito piores se ela não tivesse aparecido. A primeira manifestação você viu pessoalmente, mesmo assim irei comentar sobre ele, caso menos grave. Até chegar àquela manhã da igreja, aconteceram outras coisas, coisas que não te contei e que você deve ter ouvido boatos sobre.
Enfim, para começar, nunca fui bem tratada por ninguém por aqui. Os funcionários sempre nos maltrataram, não é novidade, mas as outras crianças ,que poderiam ser minha amigas, simplesmente me ignoravam ou faziam desfeitas. Me achavam estranha por “falar sozinha” (você  sabe, hoje tenho certeza que não sou louca, os gnomos, fadas e outros serzinho existem e são minhas bússolas do saber).
No geral, preferiam me evitar, mas algumas meninas, como a Joana, se exaltavam comigo e me xingavam de vez em quando. Pelas costas, já ouvi ela lhe dizendo “Você sabe que essa estranha não é flor que se cheire, por por que ainda anda com ela?!”, você ficou quieta e depois correu para o dormitório, sorte que ela não te alcançou. Fique tranquila, sei que você é uma pessoa muito boa e teve medo do que ela te faria com qualquer resposta que desse. Também ouvi outras pessoas murmurando mais coisas sobre mim, fico extremamente feliz que, mesmo com tudo isso, você tenha ficado ao meu lado!
Então, chegou aquele dia, pela manhã uma das filhas do dono do orfanato, dona Susana Cunha Buus, me levou para a sala do padre Bonifácio. Por mais que desta vez a desculpa para eu estar lá fosse a realização das confissões para a primeira comunhão do dia seguinte, não era a primeira vez que eu ficava sozinha com ele naquela sala. Era horrível sempre que me mandavam para lá, ele me tocava, principalmente nos seios e genitália. Por vezes me mandava tocá-lo também, até soltar um xixi gosmento e branco. Eu odiava ele profundamente, não queria fazer aquilo, mas suas ameaças não me davam outra escolha. Mesmo uma vez que tentei fugir, dona Susana me pegou, me bateu muito e me devolveu no quarto com ele. Ela era cúmplice. Sei que o mesmo acontecia com outras crianças, principalmente as meninas mais quietas, espero que nunca tenha acontecido contigo.
Desta vez, não foi bem como das últimas vezes, foi realmente uma confição, por mais que ele tenha me tocado um pouco antes de eu sair. Depois disso, fui levada para sala de aula por aquela vadia (não sei bem o que significa, mas os gnomos sempre chamam ela assim), ela disse que estava matando aula! Além de estar fazendo coisas contra minha vontade, ainda levei um esporro da professora Maria. Ela sempre foi boazinha conosco, uma das poucas por aqui que faziam isto, as repreensões dela era com boas intenções. O pior mesmo é que, ao olhar dos outros alunos, este meu atraso era visto como culpa minha e piorava minha situação como “a esquisita”, eu era vista como uma garota má agora.
Você deve lembrar  bem desse dia, você me deu um dos caramelos que a professora deu aos alunos e eu não recebi por chegar atrasada. Infelizmente, não fomos discretas o suficiente nisso e logo a Joana com um grupo de garotas chegou:
-- Catarina, você não deveria alimentar ratos de porão, ainda mais os que conversam com as paredes.- Joana disse isso arrancando o caramelo de minha mão.
Eu não sou uma garota má e hoje sei que nem sequer louca eu era. Eu simplesmente tenho um dom que a maioria das pessoas não compreende e, para piorar, fui brinquedo daqueles adultos maus. Tentei pedir ajuda, nem sequer as freiras me escutaram, todos achavam que eu era louca, que o que dizia eram delírios de minha mente. Não estava aguentando mais…
-- Apenas garotas boas merecem isto! - disse Joana colocando o caramelo que tomou de mim na boca.
Neste momento minha ira chegou ao extremo! Apenas queime! Eu jurava que uma das fadas que sempre passeiam no jardim em que estávamos sussurrou isso em meus ouvidos. As palavras da fadinha de vestido negro ecooaram em minha cabeça, como se estivesse hipnotizada. Quando dei por mim, vi o caramelo no chão em chamas, verdadeira fogueira em miniatura, e Joana se retorcia no chão com suas mãos tapando a boca. Isso foi muito assustador, não só para vocês que assistiram a cena, para mim também.
Ao ver isso corri, queria chegar o quanto antes na minha cama, me embrulhar no cobertor e fingir que isso nunca aconteceu, pena que tropecei em algo e caí bem aos pés da diretora Joaquina. Ela estava indo ver o que estava acontecendo no pátio e, ao acaso, me pegou “em fuga”.
-- Moçinha, o que faz correndo no pátio? Isso não é o comportamento de uma criança educada!
-- Mil perdões senhora Carlota, eu corri por medo do que acabou de acontecer!
-- Aposto que não há o que temer, venha comigo.
Nós chegamos até onde Joana ainda estava. Neste momento socorros já estavam chegando, não te vi por lá nesta hora. Ao lado da minifogueira, a menina ainda estava no chão, porém agora parada, deitada de lado, chorando e berrando o máximo que conseguia através das mãos que tapavam a sua boca. Ao me verem, as amigas dela disseram que não sabiam o que fiz, mas sem dúvida eu era a culpada. Com isso, a diretora me levou a sala dela para conversarmos.
-- Olha garota, não há como provar que aquilo foi culpa sua, porém não pense que sairá impune. Digamos que, por estar correndo no pátio, te darei como punição uma tarde de trabalho na cozinha. Seja agradecida por isso, que estou sendo bem boazinha, se meu marido estivesse por aqui, sem dúvida seria pior para você.
Logo que saí da sala, Susana estava a porta e disse:
-- Mãe, não precisa se preocupar, levarei a garota para a senhora.
-- Ok, sei da sua “amizade” com o cozinheiro, não demore muito por lá ou irei te buscar pela orelha.
-- Não se preocupe mãe, se depender dele será mais rápido do que você imagina.
Inicialmente não entendi nada dessa conversa, depois fez sentido. Ao chegar lá vi pela primeira vez o cozinheiro, parecia ser o único homem jovem que já havia visto no orfanato. Chegando lá, ela o cumprimentou com um beijo na bochecha (o que já não é algo muito comum de se ver), mas juro que vi ela dar também um leve lambida. Daí me mandaram para a dispensa, havia várias caixas com alimentos, prateleiras e uma longa escada. Meu trabalho alí era pegar as coisas e colocar nas prateleiras… Elas eram bem altas, me deu um frio na espinha só de pensar em caso caísse do degrau mais alto.
Não é como se eu tivesse alguma escolha, mas comecei pelas prateleiras mais baixas para ir tomando coragem. Quando estava começando a segunda prateleira, comecei a ouvir a voz da Susana. Eram gritos? Mas não é como se ela estivesse sentindo dor ou algo do tipo, era diferente. Então, resolvi ir sorrateiramente até a cozinha para ver o que estava acontecendo.
Lá vi o cozinheiro com suas calças abaixadas, Suasana estava logo a frente dele. Ela estava inclinada com o bumbum nu (seu vestido estava levantado) em direção a barriga dele, em contraparte, ele não parava de balançar a cintura para frente e para trás acertando-a. Para aguentar as batidas, ela apoiava suas mãos contra a parede. Seria aquilo o que ouvi uma vez ou outra as meninas mais velhas chamarem de sexo ou transa?
Independente disso, comecei a sentir uma imensa raiva da Susana, ela é um demônio que faz os homens agirem de maneira errada. Essa raiva foi crescendo e, observando a cozinha, vi um ratinho passar de perto deles para um buraco na parede perto de mim. Pouco antes de entrar, este ratinho se levantou em duas patas e retirou a pele de sua cabeça como se fosse um capuz, revelando-se como um duende vestido de rato. Ele olhou nos meus olhos e disse:
-- Esvazie sua raiva… Esvazie aquele caldeirão!
Novamente, entrei em transe com estas palavras e acordei com gritos ensurdecedores daqueles dois no chão, suas peles se deslocavam do corpo com a água quente que caiu do caldeirão, era horrível ver o sangue que escorria da carne viva se misturar com as verduras semicozidas. Não parei muito tempo vendo essa cena, corri de volta para a dispensa e me sentei, segurando as pernas, atrás da escada. Não conseguia controlar o choro, mal conseguia abrir os olhos.
Pouco tempo depois, a diretora chegou, parecia muito chocada ao ver aquela cena. Obviamente não ficou ali parada, voltou para pedir socorros. Quando os funcionários chegaram para socorrer, ela retornou e começou a me procurar, não demorou muito a me encontrar e puxar pelo braço, apertando muito.
-- Sua pirralha! O que fez com minha filha?!
Não conseguia responder, o choro só se tornou mais intenso com a situação e a dor que eu sentia do aperto no braço e as unhas perfurando minha carne.
-- Engole esse choro e me responda!!! -  gritou enquanto me arremessa em direção a prateleira mais baixa.
Depois de um pequeno momento de silêncio me recuperei, levantei disse em meio a soluços e lágrimas:
-- Eu não fiz nada, estava na dispensa trabalhando e quando vi eles assim voltei para cá, não consigo mais parar de chorar depois que vi aquilo. Não consegui pedir ajuda, sei que sou inútil.
-- Não consigo acreditar em você, porém também não posso provar nado do que fez. Contudo, posso te castigar da mesma forma… Vai passar a noite no quarto solitário! - por mais que eu fique triste pelos castigos mesmo sem ter culpa de forma direta, sempre senti que ela não é uma pessoa má como seu marido e sua filha. - Amanhã será sua primeira eucaristia, certo? Espero que possa fazer um exame de consciência e, por fim, receber o nosso Senhor Cristo que irá purificar o seu coração.
Depois disso, fui levado para esse tal quarto, que no fim das contas, para mim, não foi solitário. Encontrei lá uma kikimora (parecia uma velha senhora de um metro de altura vestida com panos que pareciam bem velhos), ela mora na cozinha e viu o que aconteceu comigo. Sabendo que eu viria para cá, quis me encontrar para conversarmos. Contei a ela o que aconteceu de estranho ultimamente e ela me disse que conhecia alguém que poderia me ajudar. Depois disso, ela saiu de lá se esgueirando magicamente pela fresta da porta. Não demorou muito para eu cair no sono quando fiquei só.
Em meu sono, nessa noite, sonhei com uma senhora de aparência simpática, ela vestia um sobretudo roxo por cima de suas roupas e um chapéu pontudo da mesma cor, cobrindo seus cabelos prateados. Alí já suspeitei que fosse uma bruxa, mas era bem bonita comparada às das histórias. Ela me disse:
-- Ághata, não se assuste com os recentes acontecimentos, são bem comuns na vida de gente como nós. Apenas se acalme e viva normalmente o próximo dia, logo após o próximo pôr do sol lhe farei uma visita pessoalmente.
Então acordei com a porta do quarto se abrindo e uma forte luz clareando o lugar que antes era puro breu.
-- Vá para seu quarto e se arrume, logo começará a missa, você não pode se atrasar! - era a diretora, apenas segui suas ordens.
A igreja parecia estar mais bonita que o comum neste dia, estava bem enfeitada. Não pude deixar de reparar assim que entramos que o suporte de adoração estava no altar. Era aquele grande, feito de ouro, na sua extremidade superior estava o pão dentro de um recipiente de vidro redondo e, em volta dele, várias pontas, como se fossem raios de luz. Dentre estas pontas, três maiores principais que formam uma cruz junto a haste que segura esta parte superior. Não iria ter adoração ao santíssimo neste dia, mas sei que o pessoal do orfanato gostava de ostentar este suporte em datas especiais, afinal ele era de ouro maciço e pedras preciosas, muito caro.
Depois da longa cerimônia, finalmente chegou a hora da eucaristia. As crianças que iriam fazer a primeira comunhão neste dia (que não era seu caso, por isso ficou sentada) tiveram que fazer uma fila em direção ao Padre Bonifácio, eu era a quinta ou sexta, se não me engano. Quando minha vez chegou, vi um leve sorriso malicioso no rosto do padre. Ao colocar o pão em minha boa, ele aproveitou para esfregar seus dedos em minha língua, me senti muito mal por isso e recuei um passos para trás, esbarrando em uma menina, ao erguer meu rosto para olhar o padre de volta, a raiva me consumiu novamente.
De trás do pescoço dele, saiu  um pequeno diabrete que se sentou em seu ombro. Esse serzinho me disse: “ Vai rrrracharrrr, vai sangrrrrarrrr, vai morrrrerrrr”. Não! De novo não! E dessa vez foi bem pior, você sabe bem disso. Não entrei em transe, por isso vi bem o suporte para a adoração girar um quarto de volta e cair na cabeça dele. O sangue jorrou para toda parte já que sua cabeça praticamente partiu em duas. Fiquei toda suja, ainda mais por ele ter caído em minha direção, desviei de seu corpo por pouco.
Foi então que olhei para trás, as outras crianças da fila já haviam corrido para os bancos, junto com as outras pessoas, menos Sahra, ela ficou paralisada com o acontecido. Pessoas começaram a correr para sair da igreja, alguns vomitaram mesmo onde estavam, outros não paravam de gritar, uma verdadeira salada de reações. Porém, em meio a confusão, todos conseguiram ouvir com clareza o grito da diretora:
-- Agora não restam mais dúvidas, esta garota é uma bruxa!
Ao invés de melhorar, isto apenas piorou o pânico ali instalado. Neste momento, tentei correr para fora também, mas o dono do orfanato, o Senhor Buus me agarrou em um “abraço” muito forte e sufocante.
-- Chegou a hora de pagar pelo que fez com minha filha, ela está quase morta agora!
Eu quase desmaiei por falta de ar alí, até que ele soltou pelas palavras que ouviu de sua esposa.
-- Querido, não a mate aqui, agora, com suas mãos. Ela merece sofrer muito mais,  ao anoitecer será queimada na fogueira, como toda bruxa deve ser!
Me levaram de volta ao quarto solitário, sendo que desta vez fiquei solitária mesmo por horas que pareciam eternas. Alguém abriu a porta, eu já estava preparada para meu destino quando vi a senhora do meu sonho alí! Não sabia o que sentir quando a vi, mas conseguia perceber uma energia boa vindo dela.
-- Não queria que as coisas chegassem a este ponto contigo, cheguei tarde. Vamos embora, ficar aqui não é mais uma opção para você. Não temos muito tempo até eles voltarem a andar.
Só fui entender estas últimas palavras quando saímos do quarto. Vi pessoas no corredor, pareciam estar de vigia, porém estavam paralisadas como estátuas. Saímos depressa e, ao chegar do lado de fora, uma montaria nos esperava. Não conhecia aquele ser, mas era uma espécie de cavalo sem cabeça, ao qual do pescoço saiam chamas. Cavalgamos por bastante tempo até chegar aqui, na casa da bruxa. Ainda não sei muito sobre ela, nem sequer o seu nome, mas sei que posso confiar, nunca me senti tão bem em um lugar como este que estou.
Depois que chegamos, disse que tinha uma amiga a qual não tive a chance de me despedir (obviamente, você). Então, ela pediu a um amigo que escrevesse minhas palavras em uma carta. Também me garantiu que esta mensagem, sem dúvida, lhe seria entregue. Fiquei muito feliz por isso! Por fim, agradeço sua amizade e apoio enquanto estive por aí, não sei se ainda nos veremos, espero que sim.


No lugar de um adeus, prefiro lhe dizer um até logo.
De sua bruxinha amiga, Ághata.”


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Depois de, sem querer, se vingar
A garota encontrou o seu lugar
Que não era apenas para morar,
Era para poder chamar de lar


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Espero mesmo encontrá-la um dia, porém longe deste orfanato, já basta o que passamos aqui, não iremos querer relembrar. Sentirei falta dela até lá, os dias no orfanato serão bem solitários. De tudo que aconteceu, o que aprendi é que criaturas mágicas e bruxas realmente existem, acredite neles. Além disso, apesar das coisas ruins que aconteceram, sei que Ághata não é uma pessoa má, tudo foi por conta de seus sofrimentos e tormentos. Use o que aprendeu aqui em sua vida, quem sabe, depois disso, ela não seja um pouco mais mágica!

Um comentário:

  1. [Estou participando do DESAFIO MODUS MALEFICARUM do GRUPO CANETA TINTEIRO]

    Olá, moço! Tudo bem? Espero que sim 

    Vim aqui para conferir o seu conto e tenho que dizer que foi uma leitura que me agradou muito, mesmo me sentindo desconfortável com alguns temas aqui abordados. Mas me incomodou apenas no sentido de ter me deixado emocionada e revoltada, nada contra o tema em si ou a forma como você escreveu.

    Aliás, achei que você trabalhou muito bem os tópicos pedofilia, abuso, bullying através do relato da criança que passou por tudo isso. Foi uma construção muito sensível fazer isso através de uma carta, mostrando exatamente como Ágatha se sentia, os tormentos que enfrentava no dia a dia do orfanato. Apesar de tudo, ela se mostrou forte e teve um bom final (o que me deixou muito feliz por ela e acalentada).

    Achei a estrutura do texto excelente, pois adoro narrativas em formato de carta ou diário. Foi o que mais gostei <3 E me pareceu mesmo uma criança narrando, o que mostra que você se empenhou para encarnar a personagem, não se limitando a escrever no lugar dela. Sua escrita é muito boa também, sem erros gritantes e envolvente.

    Os diálogos me soaram verossímeis e bem construídos na simplicidade, transmitiram emoção na medida certa e foram aplicados sem exageros ou escassez. Tudo o que foi dito neles foi importante de alguma forma e ajudou a história a ganhar forma.

    Minhas ressalvas em relação a eles é a falta de vírgula depois do gerúndio. Por exemplo: “... disse Joana colocando o caramelo...”, há uma vírgula antes desse “colocando” e em situações como essa que mostram o verbo dicendi e em seguida vem a ação. Também me incomodou a falta do travessão, pois você utilizou o hífen no lugar dele. Quem nunca, não é? Usei muito hífen na minha vida onde não devia até ter o momento revelação, aprender e seguir em frente.

    Uma dica: Se você usar o comando Alt+0151 o travessão aparece. Eu faço isso quando estou escrevendo pelo computador, mas sempre copio o símbolo de algum lugar e deixo salvo no celular porque também escrevo por ele.

    Sobre os pontos a melhorar, além da questão dos diálogos que eu mencionei ali em cima, acho que o texto precisa de uma revisão simples para sanar umas coisinhas, pois passaram alguns errinhos de digitação e faltaram algumas vírgulas para isolar vocativos em certas falas. Exemplos: “Mil perdões senhora Carlota”, “um leve lambida”, “ao colocar o pão em minha boa”, “independente” no lugar de “independentemente”, esse tipo de coisa ^^

    Gostei também da forma como você abordou a magia, os seres mágicos, o resgate da Ágatha pela misteriosa bruxa e construiu a fantasia na história. Ficou muito interessante de ler, parabéns! E também curti demais os versinhos que você colocou no início e no final da carta, deram uma profundidade muito bacana à história, uma sensibilidade bem legal <3

    Parabéns mais uma vez e boa sorte com os próximos desafios.

    This is it.

    Abraço!

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